Celino Cunha Vieira - Associação Portuguesa José Marti / Cubainformación.- Ao aproximar-se a data comemorativa do 25 de Abril de 1974 em Portugal, vem-me à memória o dia 1 de Janeiro de 1959 em Cuba, pelas semelhanças que quer uma quer outra Revolução despertaram nas esperanças das populações por um país novo, mais justo e mais solidário, embora com motivações e origens muito diferentes, já que em Cuba foi a sociedade civil a organizar-se e a travar uma luta armada que já vinha desde 1953 com o assalto ao Quartel Moncada até à formação do Exército Rebelde que se instalou na Sierra Maestra e que desde a primeira hora teve como seu líder máximo o jovem advogado Fidel Castro.


Mas enquanto em Cuba a Revolução continua e está bem viva, em Portugal já há muito que acabou, não porque estejam cumpridos todos os desideratos, mas sim porque os poderes instituídos, internos e externos, a isso conduziram o país, escudados numa pseudo-democracia representativa que está cada vez mais caduca e completamente desactualizada, resultando num cada vez maior desinteresse pelos actos eleitorais. 

Por isso, falar-se em Revolução no 25 de Abril é apenas a evocação de uma efeméride, ou, com algum esforço, fazer-se um exercício de memória sobre o que podia ter acontecido, mas não aconteceu, porque para haver Revolução têm de existir revolucionários e não apenas alguns bem instalados na vida que usam o poder para dele se servirem, à sombra dos partidos que lhes dão cobertura. 

Em Cuba, por muitos erros que se tenham cometido, a Revolução continua a dar os seus frutos e a evoluir de acordo com os tempos de mudança, mas tendo sempre presente a independência e a soberania do país, consolidando as conquistas alcançadas no sector social e adaptando-se às novas medidas nos aspectos económicos. Como diz Fidel, “Revolução é fazer aquilo que tem de ser feito” e por isso ela nunca está acabada e tem permanentemente de se manter em evolução. 

Portugal e os portugueses têm hoje de se sujeitar a directivas estrangeiras, não se sabendo como vai ser o amanhã, independentemente de quem esteja no poder, já que há muito se perdeu a possibilidade de o povo poder determinar o seu destino, tendo de aceitar tudo aquilo que “democraticamente” lhe impõem, até ao dia em que finalmente possa haver uma verdadeira Revolução.

No próximo dia 25 de Abril vamos ouvir mais uns discursos, não muito diferentes dos anteriores e tudo vai continuar na mesma, ou pior, porque temos de pagar a “dívida” e os juros da “divida” sem que para isso tivéssemos sido consultados ou que disso tivéssemos beneficiado. 

Quando alguns iluminados falam de Cuba e do seu sistema político, desconhecendo as realidades, seria bem melhor que olhassem à sua volta e vissem as diferenças que existem no seu próprio país, onde as desigualdades são cada vez maiores e o futuro uma incógnita.

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