Celino Cunha Vieira - Associação Portuguesa José Marti / Cubainformación.- Passados 41 anos sobre o 25 de Abril em Portugal, não quero deixar passar em branco esta data, mas também não posso chamar-lhe revolução, como muitos apregoam, porque, como caracterizou Fidel, “Revolução é o sentido do momento histórico; é mudar tudo o que deve ser mudado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar os demais como seres humanos; é emancipar-nos por nós mesmos e com os nossos próprios esforços; é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender os valores em que se acredita ao preço de qualquer sacrifício; é modéstia, desinteresse, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que não existe força no mundo capaz de derrubar a força da verdade e das ideias”.


Neste conjunto de princípios, onde se encaixa o que se passou em Portugal nestas últimas quatro décadas? Quando uma democracia se apoia em partidos políticos divididos entre esquerdas e direitas e em que na maioria dos casos apenas procuram o poder a qualquer preço sem os mínimos princípios ideológicos nem respeito pelos cidadãos, não há revolução que resista. Poucos têm as mãos limpas e desses, alguns são completamente ostracizados pelas cliques partidárias para que não tenham a veleidade de poderem apontar aos “poderosos” os desvios e as falcatruas em que se envolvem. 

Em Cuba, pelo contrário, a Revolução está bem viva e as gerações sucedem-se na governação em todos os níveis, garantindo a continuidade das conquistas alcançadas e sabendo adaptar-se aos novos desafios globais. Desenganem-se todos aqueles que por falta de convicções profundas temem os perigos da aproximação entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos, porque os cubanos sabem o que querem e conhecem bem as diferenças que existem entre as duas sociedades. Já após o fim do bloco socialista os receios foram os mesmos e Cuba conseguiu resistir heroicamente. Porquê? Porque a Revolução Cubana é única e assenta numa base popular. 

Quem está pouco atento ou mal informado nem se apercebeu da importância que teve o passado dia 17 de Dezembro com as declarações dos dois presidentes e o regresso à Pátria de António, Gerardo e Ramón, com a proposta de Obama para pôr fim ao bloqueio comercial, económico e financeiro, com a declaração conjunta da intenção de abertura de representação diplomática ao nível de embaixada em cada país, com a participação de Cuba na Cimeira das Américas e com a retirada de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo. Tudo isto num curto espaço de tempo em que nem os mais optimistas poderiam imaginar, sem qualquer cedência de Cuba porque a razão estava do seu lado, constitui um passo importante para um futuro relacionamento e cooperação que só beneficiará os dois povos. 

Cuba nada mudou na sua política externa e sempre esteve na disposição de manter relações com todos os países do mundo, desde que as mesmas fossem tratadas em pé de igualdade e com respeito pela sua independência e soberania, não admitindo qualquer tipo de ingerência. E assim continuará sendo, podem crer.

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