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Criar uma crise sanitária em Cuba: o objetivo da guerra contra sua cooperação médica

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Cuba enviou, em seis décadas, mais de 400 mil cooperantes da saúde a 164 países.

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Durante esta pandemia, 3.800 deles ajudaram em 39 nações, salvando mais de 12 mil vidas.

00:00:26.021 --> 00:00:33.325
Não existe, na história, outro exemplo similar de cooperação médica internacional massiva.

00:00:33.350 --> 00:00:39.735
Mas o que lemos sobre isso na imprensa? As histórias de vida dessas dezenas de milhares de pessoas,

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suas experiências de dedicação e altruísmo em selvas ou favelas,

00:00:44.905 --> 00:00:51.162
suas reflexões sobre a solidariedade, a pobreza ou a injustiça? Nenhuma delas.

00:00:51.187 --> 00:00:55.744
O que agências e mídia transformam em notícia é o "relatório"

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de uma ONG de extrema-direita chamada Prisoners Defenders,

00:01:00.272 --> 00:01:05.312
que sustenta que tudo não passa de um "negócio milionário do regime cubano",

00:01:05.337 --> 00:01:08.532
baseado em um padrão de "escravidão em massa".

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O governo dos EUA fornece ao suposto "relatório" os objetivos, os fundos, os dados e os testemunhos.

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São 600 ex-cooperantes, 400 em total anonimato, sem nome algum, a quem,

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em sua maioria, foi concedido asilo político. O prêmio: vistos, dinheiro e ofertas de emprego nos EUA.

00:01:32.703 --> 00:01:40.048
Qual o butim de Prisoners Defenders? Uma parte dos US$ 3 milhões de um programa da Usaid,

00:01:40.073 --> 00:01:45.760
a Agência para o Desenvolvimento dos EUA, dirigido àqueles que, em palavras textuais,

00:01:45.785 --> 00:01:52.614
"investiguem, coletem e analisem" informação contra as missões médicas cubanas.

00:01:52.639 --> 00:01:58.976
Em qualquer caso, 200 ou 600 testemunhos obtidos com prêmios e dinheiro

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são uma colheita muito pobre diante das dezenas de milhares de profissionais da saúde cubana

00:02:05.021 --> 00:02:11.162
que jamais abandonariam por dinheiro as comunidades vulneráveis que atendem.

00:02:11.187 --> 00:02:17.145
Washington está em plena ofensiva para destruir a cooperação médica cubana.

00:02:17.170 --> 00:02:22.722
Com quatro objetivos. Um, o eleitoral: fidelizar doadores

00:02:22.747 --> 00:02:27.980
e o voto duro da extrema-direita cubano-americana na Flórida.

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Dois, o diplomático: diminuir as relações de Cuba com os países receptores de cooperação.

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Três, o ideológico: manchar a imagem solidária de Cuba no mundo,

00:02:40.951 --> 00:02:46.130
fortalecida depois do recente envio de ajuda médica à Itália.

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E quatro, o objetivo de guerra econômica. O Departamento de Estado trabalha sem descanso

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para fechar todas as fontes de receitas ou abastecimento da ilha:

00:02:58.153 --> 00:03:03.302
o turismo, as remessas, o combustível, o investimento estrangeiro.

00:03:03.327 --> 00:03:08.739
A destruição dos acordos médicos internacionais procura cortar as receitas

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com as quais Cuba conseguiu sustentar seu sistema público de saúde.

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Recordemos que uma parte da cooperação médica cubana, a desenvolvida em nações muito pobres,

00:03:19.426 --> 00:03:24.726
é custeada por Havana. Em outros países, os gastos são compartilhados.

00:03:24.751 --> 00:03:29.881
E, em outros de renda mais alta, Cuba recebe pagamento pelos serviços.

00:03:29.906 --> 00:03:38.667
O citado "relatório" extrapola este último caso ao conjunto da cooperação cubana, ignorando as duas primeiras situações.

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"O regime cubano", conta-nos, "explora seus profissionais,

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usando-os para comprar apoio financeiro e político e manter à tona sua apertada economia".

00:03:50.351 --> 00:03:54.822
Mas quais pessoas do "regime", quais bolsos,

00:03:54.847 --> 00:04:00.320
quais contas receberiam os benefícios deste suposto grande "negócio"?

00:04:00.345 --> 00:04:06.014
O citado "relatório" não contém a  mínima evidência de que algum dirigente,

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funcionário ou intermediário de Cuba tenha recebido tais "benefícios".

00:04:11.523 --> 00:04:18.450
Se existissem, essas informações já teriam sido fornecidas pelas agências de inteligência dos EUA,

00:04:18.475 --> 00:04:24.816
que sabem que os fundos recebidos em troca da cooperação, além de melhorar as condições econômicas

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dos cooperantes e suas famílias, garantem o orçamento da saúde pública de Cuba.

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Ou seja, com uma parte de sua cooperação médica,

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Cuba não apenas atende populações vulneráveis em países do sul.

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Além disso, garante na ilha os serviços médicos de mais de 11 milhões de pessoas

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e o emprego de 479 mil trabalhadores da saúde.

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Sustenta sua cooperação nos países mais pobres e também

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as bolsas da Escola Latino-Americana de Medicina, que já formou 30 mil profissionais de 115 países.

00:05:04.160 --> 00:05:10.553
É a fórmula mais honesta que Cuba encontrou para garantir seu sistema gratuito de saúde

00:05:10.578 --> 00:05:17.558
frente ao bloqueio brutal dos EUA, que reduz suas exportações, impede seu comércio,

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veta todo o crédito a seu desenvolvimento e espanta o investimento.

00:05:22.099 --> 00:05:26.724
O presidente de Prisoners Defenders, o empresário Javier Larrondo,

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declarou exultante que "o regime cubano está tecnicamente falido e sem tesouraria.

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É o princípio do fim".

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Revelou assim o objetivo dessa suposta "ONG espanhola de direitos humanos",

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como é apresentada pela imprensa, e verdadeiro gabinete encoberto do Departamento de Estado:

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dinamitar as receitas do sistema de saúde de Cuba até provocar seu colapso e gerar uma crise sanitária na ilha.

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Javier Larrondo, membro de uma das famílias da burguesia cubana

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amparada pela ditadura de Fulgencio Batista é,

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como Marco Rubio e Donald Trump, um criminoso de guerra.

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E como tal deverá ser tratado.

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Legendas originais em espanhol: Antonio García Moreno
Tradução: Antonio Gabriel Haddad