Celino Cunha Vieira - Associação Portuguesa José Marti / Cubainformación.- Não é por mero acaso nem certamente por ser uma grande potência económica ou militar, que Cuba acaba de ser eleita pela Assembleia-geral das Nações Unidas para fazer parte nos próximos 3 anos do Conselho de Direitos Humanos desta Organização, reconhecendo-se assim o esforço que as autoridades cubanas têm desenvolvido ao longo de décadas, desde o triunfo da Revolução, para cumprir o estipulado na Declaração Universal dos Direitos Humanos em toda a sua plenitude, quer no aspecto interno quer no plano internacional com as suas múltiplas acções humanitárias em países carenciados dos cinco continentes.
Na ocasião, a Missão Permanente na ONU garantiu que Cuba manterá a sua determinação para estimular os direitos dos povos à livre determinação, à paz, ao desenvolvimento, à cultura e à alimentação, para além de prosseguir o seu contributo para o estabelecimento de uma ordem internacional democrática e equitativa, no combate ao racismo, à xenofobia ou a qualquer outra forma de descriminação.
Mais uma vez a comunicação social omite deliberadamente este tipo de notícias por não querer reconhecer o crescente prestígio de que Cuba goza nos mais variados fóruns políticos, sociais, científicos, culturais ou desportivos, sendo hoje um país respeitado em todo o mundo pela sua coerência e resistência a todas as vicissitudes por que tem passado ao longo dos anos, com ataques sucessivos à sua independência e soberania, não se deixando cair em tentações nem renegando os seus ideais revolucionários.
Se não existissem interesses obscuros por parte de alguns sectores da sociedade americana nem campanhas mediáticas contra Cuba, o bloqueio económico, comercial e financeiro já há muito tinha desaparecido, acabando assim com as reservas mentais que ainda subsistem nalgumas cabeças pouco informadas “que só olham para a árvore e não vêem a floresta”.
Muito se fala e se discutem os Direitos Humanos e cada país tende a apontar falhas aos outros, esquecendo-se do que se passa na sua própria casa. As Constituições são violadas a cada momento e suspendem-se os direitos dos cidadãos pelos mais banais motivos que são justificados pelos superiores interesses na nação ou por uma outra qualquer razão que a própria razão desconhece.
Quando a ordem internacional continua a fechar os olhos ao que se passa com a fome e a desnutrição que grassa pelo mundo, com as guerras fratricidas provocadas por terceiros, com o que se passa no Haiti que praticamente ficou abandonado, com o que se passa com o trabalho infantil, com o que se passa com os africanos que tentam chegar à Europa, com o que se passa com as alterações climáticas que provocam catástrofes como a que ocorreu recentemente nas Filipinas, de que Direitos Humanos podemos falar?
Esperemos que as vozes cubanas sejam escutadas no Conselho da ONU e que este passe a ser mais actuante para um mundo melhor.